Por Rogério Souza
Antes de tudo, gostaria de dar um bem vindo a todos os leitores. E para situá-los melhor – e porque é a minha primeira coluna aqui – dou algumas palavras sobre mim. Sou residente de Nova Iorque desde o começo deste ano. Cursei até o terceiro semestre de jornalismo na PUCRS, quando tranquei a faculdade e vim para cá estudar cinema. Mais especificamente, direção, produção e crítica.
Nesta coluna vou dar a minha visão sobre o cinema atual, últimos lançamentos , novos clássicos, e coisas ligadas ao mundo de Hollywood. Como no momento o que há de mais importante neste mundo é o Oscar, tentarei me restringir a este. Porém prometo desde já que a próxima coluna será recheada de críticas, resumos e novidades, tudo no intuito de saciar um colega cinéfilo.
Por enquanto, vamos ao Oscar:
Todo brasileiro interessado em cinema deve estar se perguntando, quais as reais chances do nosso Central do Brasil ? Pois bem, o filme de Walter Salles teve o azar de concorrer com a alegada obra prima italiana “A Vida é Bela”, que além de ser julgado por melhor filme estrangeiro, também está no páreo de melhor filme do ano. Portanto, como já se viu em 1969, com o filme “Z” de Costa Gravas, o filme italiano provavelmente deve roubar a nossa estatueta. De um jeito ou de outro o filme já foi muito longe, e obteve ótima repercussão no mundo inteiro.
Quanto a Fernanda Montenegro, a imprensa americana não está lhe dedicando muito espaço, o lobby está a favor de Gwyneth Paltrow, por Shakespeare apaixonado, e Cate Blanchett, por Elizabeth. Eu apostaria na segunda. Fernanda só terá chance se o julgamento for realizado imparcialmente, sem a academia pesar os créditos futuros. Na verdade, o Oscar precisa mais de Fernandas Montenegro do que estas precisam do Oscar. Mas há uma chance. Já li alguns críticos afirmarem que Ms. Montenegro trouxe a melhor atuação, male and female, do ano.
Neste ano, indubitavelmente, o ápice da cerimônia será a disputa na categoria por melhor filme. Os cinco filmes concorrentes possuem iguais chances de agarrar o bonequinho de ouro. Peculiarmente, neste ano, os cinco são filmes épicos, três destes abordando guerras e batalhas. Atrás da Linha Vermelha fica um pouco distante dos outros, mas mesmo assim é um bom filme.
A vantagem destes indicados é que não há nenhuma produção gigantesca, ou, “titânica”. Ao contrário da última cerimônia , desta vez não há nenhum enorme favorito à premiação. Este ano foram mais valorizados os escritores e diretores, assim beneficiando o público que aprecia bons enredos e diálogos bem escritos. Na categoria de melhor filme eu apostaria em O Resgate do Soldado Ryan. A grande maioria dos críticos americanos, e eles também podem errar, aposta e prefere Shakespeare Apaixonado.
Não seria Oscar se Tom Hanks não fosse indicado. E lá está ele de novo, com sua bela atuação em O Resgate do Soldado Ryan. Suas chances são grandes, mas minha torcida vai para o que seria a grande zebra e grande esperança dos jovens que torcem por jovens : Edward Norton, na minha opinião o Jack Nicholson da safra dos anos 90. Com apenas sete filmes no currículo, esta é a sua segunda indicação. A primeira foi por melhor ator coadjuvante, em As Duas Faces de Um Crime. Quem assistiu este, ou qualquer outro dos seus filmes, sabe que o garoto merece a estatueta. Desta vez ele concorre por American History X, onde vive um neo-nazista reformado depois de anos na prisão.
De resto, piadas bobas, Whoopi Goldberg substituindo Billy Crystal (o último filme deste, “Analyze This”, com Robert de Niro, é engraçadíssimo), muita choradeira, torcida pela nossa Fernanda e grandes momentos. O Oscar, apesar de tudo, continua sendo a maior premiação do cinema mundial, e portanto imperdível para qualquer fã ou mero espectador da sétima arte. Divirtam-se e façam suas apostas. Eu já fiz as minhas.